20 de dez. de 2008

Os melhores livros de negócio de 2008 segundo a strategy + business

A strategy + business publicou a lista dos melhores livros de negócio de 2008. Eu li alguns dos livros listados e confesso que não concordo com algumas indicações, não vou listá-las aqui para não influenciar ninguém. Imagino que podemos utilizar este post para abrir um debate em que cada um dos visitantes deixe aqui sua indicação de livros, vamos inclusive não restringir muito e citar apenas livros lançados em 2008, mas sim os livros lidos em 2008 e que recomenda para esta comunidade.
Para quem quiser, o relatório da s+b pode ser baixado aqui.

Deixem suas sugestões! Até a próxima.

8 de dez. de 2008

Financiando Negócios Inovadores

Um limitador ao processo de inovação é a impossibilidade de diversas idéias boas (e inovadoras) serem levadas adiante e alcançarem o sucesso. Muitos empreendedores acabam deixando de lado bons negócios alegando incapacidade de levantar capital. Acabam criando “desculpas” para se conformarem com o fracasso, quando muitas vezes o problema é que os recursos necessários para desenvolverem seus negócios foram buscados nos lugares errados ou da forma errada.

O fato é que existe bastante confusão na definição de Venture Capital e, para muitos empreendedores, buscar este tipo de aporte para seus projetos parece impossível. No entanto, existem diversas fontes de capital para empresas em diferentes estágios de desenvolvimento, inclusive nos estágios iniciais (mesmo em tempos de crise). Pequenos empreendedores, mesmo quando não têm muitos recursos próprios, devem procurar ajuda de especialistas em estruturação de novos negócios – isto pode ajudar a transformar um projeto de garagem ou um sonho em um negócio multimilionário.


Olhando para o gráfico, temos uma visão clara das etapas de crescimento das empresas – passando por momentos com diferentes necessidades de aportes de capital:

Seed Capital – etapa em que a empresa passa por experimentações com novas tecnologias e ainda há muitas incertezas quanto ao progresso futuro. Nesta etapa, em que não há receita (muitas vezes por não haver um produto no mercado), a maior parte das empresas é financiada com recursos próprios do empreendedor ou de familiares. Mas pode também obter a participação de capital dos chamados “Anjos” – indivíduos com disponibilidade para investirem somas em dinheiro em empresas emergentes. Usualmente, nesta etapa são investidos valores que giram entre $50k e $500k.
O Investidor Anjo é uma boa alternativa a ser buscada por empreendedores que não dispõem de capital próprio ou familiar. Algumas associações de anjos já estão se formando no Brasil – a exemplo do Gávea Angels, no Rio de Janeiro.

Estágio Inicial – Nesta etapa a empresa já está estabelecida e produtiva. Busca investimentos para aumento de escala de produção e elevação das vendas. Além disso, procura consolidar e aumentar sua base de clientes. Os investidores mais interessados nestas etapas são os fundos de Venture Capital, mas podem ocorrer fusões ou aquisições. Normalmente são feitos investimentos que podem girar de $500k a $5M.

Estágio Expansão – Fase em que normalmente ocorrem os maiores investimentos em marketing e muitas vezes são realizadas expansões de plantas produtivas. Investimentos nessa etapa também geram capital de giro e têm no horizonte uma possível saída via IPO. Saídas possíveis podem ser via fusões ou aquisições por grandes empresas ou alianças estratégicas. Valores de investimentos podem girar de $3M a $20M.

IPO – A oferta pública de ações é a alternativa sonhada pela maior parte dos fundos de Venture Capital para seus investimentos. Normalmente é a que traz maior retorno em volume de capital e também é a melhor alternativa para empresas consolidadas obterem capital a baixo custo.

Vale manter em mente que empresas e negócios inovadores surgem do casamento entre boas idéias e muito trabalho. Para inovar, é preciso passar do sonho para a prática e estabelecer essa ponte exige muita dedicação e estudo. Não basta ter um bom produto; para convencer um capitalista de risco, é preciso ter um potencial de mercado bastante expressivo, um modelo de negócios factível, uma estrutura de custos e receitas rentável. E é preciso saber apresentar todo esse conteúdo de maneira persuasiva e atraente.

Mais detalhes de possíveis fontes de financiamento para pequenas empresas podem ser encontrados no site www.venturecapital.gov.br

Até a próxima!

1 de dez. de 2008

Dica de seminário! Booz & Company Global Innovation 1000

Amanhã ocorrerá este webinar promovido pela Booz & Company's sobre o destino dos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento. 

Tuesday, December 2, 2008 10:00 am Eastern Standard Time (Não esqueçam de checar o horário no Brasil).

The Booz & Company Global Innovation 1000 with Barry Jaruzelski and Kevin Dehoff

Join Booz & Company’s experts in a live interactive webinar as they discuss where in the world R&D money is being spent - and why. The Global Innovation 1000, Booz & Company’s award-winning annual study of corporate R&D spending, is the most comprehensive assessment of the influence of R&D on corporate performance. Booz & Company experts will discuss this year’s findings. Distinguishing this study from those of previous years, they will identify flows of innovation spending across national borders and characteristics of innovation networks that correlate with higher performance.

Após o seminário, faremos um post sobre isso aqui no LabINOVE. 

Até a próxima!

21 de nov. de 2008

O Futuro da Inovação: contribuições para o livro !

Outro dia recebi um e-mail com um convite para mandar minha contribuição para o livro “The Future of Innovation” e achei a idéia muito interessante. Discutimos um pouco e discutimos fazer uma colaboração entre o nosso grupo (Grupo de Produção Integrada COPPE/UFRJ) e a Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro para coletar um número maior de contribuições do Brasil. Estas contribuições serão utilizadas não só neste livro, mas também podem gerar uma publicação nacional bem interessante, na qual poderemos identificar as diversas visões sobre o tema a partir de múltiplas perspectivas como a acadêmica, a dos negócios e do governo. Sem dúvida será um trabalho muito divertido juntar todas essas percepções de pessoas tão experientes e envolvidas no tema.

Como já comentado neste blog anteriormente, vamos fazer um crowndsourcing do processo de entender o futuro da inovação.

Na próxima semana dispararemos um e-mail convidando diversas pessoas de referência para contribuir, mas certamente não temos o contato de todos que gostaríamos de chamar e nem conhecemos todos que podem fazer contribuições, portanto abrimos aqui neste blog mais um canal. 

Se você gostaria de se envolver nesta iniciativa e/ou conhece potenciais apoiadores, entre em contato no e-mail inovacao@gpi.ufrj.br que enviaremos as instruções detalhadas de como proceder.

Ao término do processo os resultados serão divulgados gratuitamente para todos aqui no blog. As diretrizes recebidas das autoras que estão organizando o livro internacional estão nos seguintes documentos: (1)  Future of innovation book; (2)  FAQs Future of innovation book; (3)  Guidelines for contributors;

 Espero a contribuição de vocês e até a próxima!

17 de nov. de 2008

Como promover a inovação?

Se inovação é importante para as empresas e o desenvolvimento do País, fica a pergunta: como fazer para promover a inovação? Como colocar, objetivamente, a inovação na agenda nacional?
Visando contribuir ao debate e trazer à discussão propostas para o Brasil, a ABDI encomendou ao Observatório da Inovação e Competitividade do IEA/USP a realização de um benchmarking internacional sobre experiências de mobilização pela inovação.

12 de nov. de 2008

Dica de seminário!

Estes seminários que acontecem no PARC são muito interessantes. Eu tenho acompanhado alguns deles e tratam de assuntos muito diversificados e de ponta. Só receber os e-mail com as indicações dos temas que eles estão estudando já é uma ótima fonte para que você esteja atualizado com os temas mais quentes em desenvolvimento. Este que está programado para amanhã (não esqueçam o fuso) é muito relacionado com o blog, então resolvi postá-lo. Copiei e colei o e-mail, inclusive com as instruções para se cadastrar no mail list, para que assim o façam os que se interessarem.

Até a próxima!


PARC Forum at 4:00 p.m. on Thursday, November 13, 2008

Location: George E. Pake Auditorium at the Palo Alto Research Center [PARC], 3333 Coyote Hill Road, Palo Alto, CA 94304

Title:

Developing Creativity in Science, Engineering and Medicine

 

Speaker:

Prof. Martin L. Perl, Stanford University / SLAC

1995 Nobel Laureate in Physics

Abstract:

The speaker will touch upon the following topics in his talk:

·         The special nature of Creativity in Science, Engineering, and Medicine

·         Necessary Conditions for Creativity

·         How to Develop a Good Idea

·         Colleagues

·         The Art of Obsession in Science, Engineering, and Medicine

·         The Technology You Use Now

·         Future Technology 

Speaker Biography:

I work as Professor Emeritus in experimental physics and astrophysics, as an engineer and as a science educator at the Stanford Linear Accelerator Center and the Kavli Institute for Particle Astrophysics and Cosmology of Stanford University.     

I was born in Brooklyn, New York in 1927. My parents were immigrants from Poland. I took a high school physics course and at graduation received the Physics Medal. But neither I nor my family knew if one could "make a living" in physics. Therefore I decided to become an engineer. In 1942 I began to study chemical engineering at the Polytechnic Institute of Brooklyn, now Polytechnic University.

My studies at the Polytechnic Institute were interrupted by service during and after World War II. After this service I returned to the Polytechnic Institute, receiving a Bachelor in Chemical Engineering degree in 1948. I then went to work for the General Electric Co. In 1950 I decided to go into physics and went to Columbia University, receiving a physics PhD in 1955. From 1955 to 1963 I did research and taught at the University of Michigan. Since 1963 I have been at the Stanford Linear Accelerator Center.

My major research is in experimental elementary particle physics using both accelerators and small experiments. I also work in astronomy on the design of a large, earth based telescope. My other research interests are optics, optical devices, aerosol related technology, and creativity in science and engineering. I also work in the application to industrial processes and products of these physics technologies.

Honors include: the 1995 Nobel Prize in Physics, the 1982 Wolf Prize in Physics, membership in the U. S. National Academy of Sciences and the American Academy of Arts and Sciences, and honorary degrees fromPolytechnic University and the University of Chicago. My Nobel Prize was in recognition of my discovery of the tau lepton, the heaviest known member of the electron-muon-tau sequence of charged leptons. This work also led to the discovery of the third generation of elementary particles.

Directions to PARC: http://www.parc.com/directions

Upcoming PARC Forums:

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Thursday, Nov 20, 2008:

The Innovation Ecosystem: A Strategic Perspective on Renewable Energy

Vinod Khosla, Khosla Ventures

Thursday, December 4, 2008:

Cloud Computing

Ram Shriram, Sherpalo Ventures
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30 de out. de 2008

ELO Group deixa a Incubadora !

da Revista Fator... é um ótimo estimulo para mostrar que com boas idéias e muito trabalho é possível criar empreendimentos muito bacanas...

29/10/2008 - 10:33

ELO Group deixa a Incubadora da Coppe e prevê crescimento de 500%

Com passagem em tempo recorde pela Incubadora, consultoria em gestão de riscos e processos conta com uma carteira de clientes de peso, como Vale e Petrobras.

Um dos indicativos de que as metas de uma Incubadora estão sendo alcançadas é a graduação das empresas. Criada por cinco mestres em Engenharia de Produção, a ELO Group originou-se de um spin-off do Grupo de Produção Integrada da COPPE/UFRJ, um dos mais renomados grupos acadêmicos em gestão empresarial do país. Residente na Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ desde março de 2007, a ELO acaba de se graduar após curta passagem pela Incubadora, que pode abrigar empresas por até três anos.

“Depois de um ano e meio, nos sentimos preparados para passar para uma nova etapa, mais independente”, conta Leandro Jesus, um dos sócios da ELO, que ainda ressalta o relacionamento construído com grupos de pesquisa no Brasil, EUA e Europa como um dos principais fatores para este sucesso. Para Regina Faria, gerente da Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ, a ELO é um bom exemplo de que o capital intelectual é capaz de gerar negócios de futuro.

A empresa deixa a Incubadora com um balanço bastante positivo e um futuro promissor. Já no segundo ano de atuação, a ELO espera alcançar um faturamento 500% superior ao ano passado. Hoje, a empresa conta com uma carteira de mais de 30 clientes. Entre as principais empresas que já trabalharam com a ELO, estão Petrobras, Vale, Nossa Caixa, Andrade Gutierrez, Furnas, Souza Cruz, ONS e Prudential.

Instalada em nobre endereço no Centro do Rio, a ELO prevê, até meados de 2009, abrir escritórios em São Paulo e Brasília para melhor atender aos clientes que já conquistou nestes estados. E a perspectiva é crescer ainda mais nos próximos meses. “Desenvolvemos um portal de conteúdo de Governança, Riscos e Compliance, e até o final do ano, iremos lançar nossa tecnologia em Governança e Inteligência de Processos”, conta Leandro.

O foco de atuação da ELO são companhias de médio e grande porte que demandam soluções de gestão customizadas. Os principais segmentos que a empresa desenvolve soluções são: seguros, telecomunicações, finanças, mineração, petróleo e gás, construção, manufatura, varejo, petroquímica, biofármacos, propaganda e mídia, governo.

27 de out. de 2008

Explicando Conceitos: Cauda Longa


Olá! Seguindo a série explicativa sobre conceitos importantes de inovação, mando uma apresentação sobre o conceito Cauda Longa, expero que gostem!
Abraços


Conceito Cauda Longa
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19 de out. de 2008

Capitalismo Criativo!


Esse é o nome que Bill Gates vem chamando, e pregando por aí!!, as idéias de inovação na base da pirâmide. Na revista época negócios deste mês tem uma reportagem sobre o tema. São quase 30 páginas e o texto é agradável de ler. Apesar de não ter nada de novo para quem acompanha a literatura sobre inovação, o quadro "a nova onda da baixa renda" tem alguns exemplos interessantes e apresentam também uma reportagem com o Prahalad. 
De forma geral, gostei da revista. E olha que só comprei pois esqueci de levar um livro para São Paulo e não tinha o que ler no avião. Eu só tinha lido a revista uma vez e na ocasião me limitei a uma reportagem. Confesso que nunca havia dado importância por achar que era mais uma Exame... Fiquei impressionado com o tom positivo, que aposta em um capitalismo pra frente, que busca a inovação, que quer fazer a coisa andar... atualmente isso tem uma importância!... 
Além desta reportagem sobre o capitalismo criativo, tem uma reportagem interessante com o Woz, fundador da Apple e o grande gênio dos computadores por trás de Steve Jobs. Esse é um cara que eu gostaria de conhecer, um inventor de primeira e com idéias bastante heterodoxas relacionadas às suas invenções, Apple, Jobs etc.. Já até encomendei a biografia dele. Obviamente comentarei sobre ela em outro momento.

Até a próxima!

15 de out. de 2008

XI Encontro REPICT


Começa na próxima segunda o XI encontro REPICT. Tenho ido ao evento nos últimos anos e posso afirmar que está cada vez melhor. Ano passado participei de uma das mesas e pela quantidade de pessoas presentes no encontro pude constatar que esse tema da Propriedade Intelectual está de fato ganhando sua devida importância tanto nas Universidades quanto nas empresas. Outra tendência interessante que observei no evento do ano passado foi a maior presença de empresas privadas, o que mostra que as discussões de open innovation, redes entre Universidade e empresas estão realmente se estabelecendo mais e mais. Este ano, estarei lá e apresentarei parte de um dos mini-cursos, falando sobre redes de P&D, alguns desafios na sua gestão e discutindo alguns modelos de gerenciamento e orquestração destas. Após o evento disponibilizarei o material de minha aula aqui no blog.

Até a próxima!

13 de out. de 2008

Cauda Longa


O conceito de Cauda Longa foi popularizado pelo editor-chefe da revista Wired Chris Anderson em artigo de 2004. Em 2006, o autor lançou um livro de mesmo nome (já traduzido para português), que foi best seller e causou grande impacto no mundo dos negócios.
O termo é baseado nas distribuições de dados da curva de Pareto (vide figura), que possuem prolongamento horizontal muito comprido em relação ao prolongamento vertical. Para o autor, o consumo de produtos costuma seguir um padrão semelhante ao da curva, com poucos produtos sendo muito consumidos (os chamados produtos hits) e muitos produtos sendo pouco consumidos (os não-hits).

Em geral, o número de produtos existentes em um mercado é muito maior do que aqueles que chegam às prateleiras. Isto ocorre porque ao escolher quais produtos vão ser comercializados, as lojas têm um custo de oportunidade relacionado à escolha dos mesmos. Ou seja, como certos produtos serão mais lucrativos do que outros, o objetivo da loja é, dentro das restrições físicas de estocagem, disponibilizar apenas os produtos que lhe trarão maiores lucros.
Contudo, a internet possibilita outra abordagem nas vendas. Como não há a restrição das prateleiras, é possível oferecer um número de produtos muito maior. Contrariamente à estrutura das lojas físicas, onde os hits representam a maior parte dos lucros, na internet surge espaço para produtos não-hits competirem praticamente em condições iguais aos hits.
Pense por exemplo numa loja de CDs tradicional. Seu estoque, em termos de faixas musicais provavelmente não chega a 10% do número de faixas disponíveis no iTunes (mais de 1 milhão). O motivo do iTunes poder oferecer um estoque tão gigantesco é porque produtos físicos possuem características diferentes de produtos digitais. Para comercializar produtos físicos, devem ser consideradas diversas restrições, como custos de armazenamento, embalagens, margem de varejo, distribuição, etc. Quando estes produtos podem ser vendidos na forma digital, como mp3, vídeos ou notícias, a possibilidade de oferta cresce enormemente, pois estes custos se tornam nulos ou tendem a zero (pense no custo de armazenar uma nova música para iTunes, irrisório). Além do mais, produtos digitais podem ser replicados indefinidamente.
O conceito de Cauda Longa prevê uma migração no consumo de produtos hits para produtos de nicho, e sugere que estes últimos podem gerar grande lucro (ainda que ele diga que isto não significa o fim dos hits). Chris Anderson cita vários exemplos de sucesso como a Amazon, Netflix e Rhapsody, onde grande parte dos lucros (mais de 25%) obtidos com vendas é originária de produtos que não estão disponíveis nas lojas tradicionais, físicas.
O grande desafio para as empresas neste contexto é como explorar lucrativamente esta nova lógica de vendas. Três pontos são centrais para uma estratégia baseada na Cauda Longa:
1. Ofereça o máximo possível
O barateamento das tecnologias de produção, como computadores, máquinas fotográficas, filmadoras, softwares, aumenta imensamente o número de produtores. Hoje qualquer um pode gravar um documentário e colocá-lo no Youtube por exemplo. Isto resulta num alongamento da cauda no eixo horizontal. Com uma grande oferta disponível, mais nichos de mercado podem ser atendidos, a um custo incremental quase zero. Mesmo produtos que nunca sejam vendidos praticamente não acarretarão em prejuízos, pois o custo de armazenamento tende a zero. Portanto, a primeira medida é armazenar o máximo para oferecer grande variedade ao consumidor.
2. Diminua o preço
Sem os custos tradicionais de armazenamento, distribuição, etc, o custo incremental de novos produtos virtuais é cada vez mais desprezível. Surge então a possibilidade de repassar esse desconto aos consumidores. Mas não é só isso. O crescimento das alternativas de lucro indireto (como publicidade) permite que o desconto para os consumidores possa ser ainda maior. No limite, torna-se possível oferecer gratuitamente os produtos e lucrar com o grande tráfego de usuários conectados e expostos à publicidade do site (outros meios de lucro seriam assinaturas “premium”, subsídios cruzados, valorização da marca, etc).
3. Me ajude a achar
Frente a uma variedade imensa de produtos, o consumidor tem que dispor de um mecanismo de busca que o permita, de forma eficiente, encontrar aquilo que deseja. Além disso, os mecanismos de busca devem ser inteligentes o suficiente a ponto de sugerir outros produtos com alta probabilidade de aceitação para este cliente. Ou seja, os algoritmos desempenham um papel muito importante na alavancagem de produtos não-hits ao sugeri-los em conjunto com itens hits. Os produtos de nicho ganham assim popularidade e geram lucros antes impensáveis. Sistemas de recomendação têm sido a chave no aperfeiçoamento dos algoritmos, pois os próprios clientes opinam e tornam o algoritmo mais aprimorado.

Comentem!
Abraços!

12 de out. de 2008

Inovar.... não tem nada de novo!

O mundo é complexo, não precisa dizer.
Pois bem... os economistas tentam, faz tempo, entender e explicar como funciona a economia. Ainda não conseguiram, como também é fácil de compreender lendo as manchetes de jornais recentes. Afinal de contas, a crise (crise? que crise?) está aí para não deixar dúvidas. Mais uma vez, a bolha se repete. Ou seja, não aprendemos, coletivamente, como funciona a economia.
Entretanto, temos boas pistas sobre como funcionam a economia e o tal de capitalismo. Mais do que os modelos macroeconômicos, no geral simplificações grosseiras da realidade, muito grosseiras, que pouco explicam, as contribuições (i) da sociologia, (ii) das ciências da computação - e dos estudos empíricos com micro dados e (iii) dos estudos cognitivos são alvissareiros para o futuro da Economia.
Há muito (quase um século) sabemos, contudo, que a firma não é uma mera função de conversão de fatores de produção em produtos. Sabemos também, como ensinou Schumpeter (leiam a resenha do Rafael sobre a biografia desse escrita por McCraw), que o 'capitalismo se reinventa', sempre. Daí, a importância da tal 'inovação'. Mas vamos lá... não há nada de novo nisso! Não há nada de novo em saber que o capitalismo se reinvente, o livro de Schumpeter é de 1942. Muito, menos, no fenômeno da 'inovação' em si; foi a partir da análise da história econômica que Schumpeter chegou a esse insight. Ou seja... sempre foi assim!
Será?
Inovar é fazer algo novo, que tenha valor econômico. Simples como tal! Um novo produto, uma nova forma de fazer negócios, um novo processo etc. Ou seja, diz respeito a 'fazer coisas que não eram feitas antes' ou 'fazer as coisas de uma forma como não eram feitas antes'.
Criar e destruir estão na essência do capitalismo. Destruir não fisicamente, mas economicamente. Ou seja, tornar uma solução (produto, processo, idéia, empresa...) obsoleta por sua incapacidade de oferecer desempenho igual ou superior a uma nova 'solução'. A questão chave da inovação, pois, é o seu caráter dinâmico. Ou seja, inovação é algo que acontece no tempo. Alguém cria algo novo, que vira padrão/comum e, em algum momento no futuro, poderá ser suplantado por outra, de desempenho superior (para quem?).
Mas por que, então, tanto escutamos sobre a tal da inovação? O que há de novo nisso?
Existem três possibilidades de resposta, não excludentes. A primeira diz respeito ao estágio atual do capitalismo. A segunda, a nossa capacidade de compreender os fenômenos econômicos. A terceira, ao capitalismo em si.
E vamos às idéias/elocubrações....

[1] O estágio atual do capitalismo
É fato: a economia é cada vez mais complexa. A variedade de produtos é cada vez maior e existem novas funções a serem realizadas. Assim, aumenta a especialização do trabalho e se acentua a sua divisão social, surgem novos atores, tipos de empresas e instituições (de defesa da concorrência, regulação, promoção comercial etc.), cresce a importância das 'atividades imateriais' (design, gestão de marcas e cadeias de distribuição, projeto de modelos de negócios etc.) para as empresas, reconfiguram-se as relações de dependência entre diferentes tipos de empresas e países, novas competências e perfis profissionais se fazem necessários etc.
Neste cenário, a inovação é chave. Nos mercados maduros, para que seja possível desenvolver produtos adaptados para clientes e segmentos específicos de mercado. Este é 'o caminho' para que as empresas possam crescer vendas: diferenciação. Nos mercados emergentes, a necessidade de inovação surge da necessidade de desenvolver produtos adequados a esses mercados (produtos diferenciados, adaptados a essas necessidades), que paresentam características peculiares.

[2] A compreensão dos fenômenos econômicos
Hoje, sabemos mais sobre como funciona a economia do que no passado. Uma avanço importante na compreensão do funcionamento economia é possível a partir das pesquisas empíricas com uso de microdados de empresas.
Trata-se de campo novo. Primeiro, porque o trabalho com grandes massas de dados exige elevado poder computacional, de armazenagem e processamento de dados. Segundo, porque os construtos, estratégias e métodos de pesquisa ainda estão em desenvolvimento.
No Brasil, temos avanços importantes. Pesquisas com microdados do IPEA, representando 97,5% da transformação industrial brasileira, nos permitem afirmar com segurança: as empresas que inovam e diferenciam produtos faturam mais, são mais produtivas, exportam mais, crescem mais, geram mais e melhores empregos.

[3] O capitalismo em si
Ora... promover a inovação faz parte dos negócios! Há um mercado para a inovação. São muitas as oportunidades de negócios associadas à inovação: consultoria, jornalismo especializado, realização de eventos, treinamento, networking, pesquisa, desenvolvimento de método, promoção e divulgação.
A cada nova necessidade do mundo dos negócios, reconfigura-se um novo ecosistema de negócios associado. Alguém irá (inovar?) e aproveitar economicamente as novas oportunidades que surgem.

Como síntese, vale notar que surgem no cenário organizações (empresas, ONGs) que se especializam em fazer inovação ou gerir a inovação. Ou seja, se há necessidade de inovar e inovação tem sentido econômico, compreendemos isso e sabemos que a gestão da inovação se tornou algo complexo em si, aparecem organizações cujo 'negócio' é a inovação!

E assim o capitalismo vai...

Boas inovações!

8 de out. de 2008

NOVA SÉRIE ! Explicando Conceitos: Inovação Disruptiva

Este post inaugura uma nova série que passaremos a publicar semanalmente aqui no labinove. 
A idéia é passar de forma simples e ilustrada, o entendimento do conceito, a lógica pela qual pode ser aplicado e apresentar alguns exemplos.
O primeiro conceito aqui apresentado é o de inovação disruptiva, do Prof. Clayton Christensen da Harvard Business School, que é um tema já bastante conhecido para quem acompanha as discussões no tema.

Além deste, para as próximas semanas já estão programadas postagens sobre:
  • Open Innovation
  • Long Tail
  • Crowdsourcing
  • Inovação na Base da Pirâmide
  • e outras...
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Mande sua sugestão sobre conceitos que gostaria de ver tratados nesta série e em breve este será postado aqui no labinove.

Até a próxima!

5 de out. de 2008

IBM's innovation JAM !

Começa hoje a edição de 2008 do IBM Innovation Jam, maior braistorm conhecido atualmente no mundo de negócios. A IBM vai colocar juntos, várias lideranças, pensadores e formadores de opinião de todas as partes do mundo para discutir o tema deste ano, "A empresa do futuro". Ao longo de três dias estes profissionais discutirão como as empresas adotarão novos modelos de negócio e novos modelos de colaboração que possam envolver seus clientes na criação de seus produtos, além de discutir como os mercados emergentes irão conformar a forma de se fazer negócios.
Na edição de 2006, a IBM investiu $100 milhões em negócios originados a partir das idéias construídas no innovation jam.
Estes eventos têm se mostrado tão eficazes que a IBM já criou uma unidade de negócios para ofertar este tipo de serviço para outras empresas, já tendo realizado jams para empresas como a Eli Lilly e Nokia.
Para quem quer conhecer com um pouco mais de detalhes como o innovation jam foi criado e como é realizado, um artigo da Sloan MIT, "An inside view of IBM's Innovation Jam".

Outro post interessante que dá um pouco mais de detalhes do que este que estou fazendo foi um feito no blog do Gerente de Novos Negócios da IBM, Cezar Taurion.

Até a próxima.

28 de set. de 2008

Cultura de inovação da Procter & Gamble

Saiu na strategy + business deste mês um artigo do A.G. Lafley, Chairman e CEO da Procter & Gamble, com introdução do Ram Charam, que escreveu o livro "The Game Changer" com Lafley. O artigo, "P&G's innovation culture" é de leitura bastante agradável e dá um interessante overview das mudanças que o autor implementou na empresa para torná-la um dos mais conhecidos e referenciados casos de inovação.
O artigo aborda prioritariamente as mudanças do ponto ponto de vista de criação nas pessoas de uma cultura direcionada a inovação e ao foco no cliente para entendimento do mercado, teste dos produtos etc. Como sempre, também são discutidos os impactos alcançados com a adoção da open innovation e a importância das redes sociais que a empresa cria e fomenta. Outra questão que merece a atenção, mas já lugar comum, é o papel central dos países emergentes nas estratégias destas empresas. Todos os executivos na sua formação precisam passar por algum destes países antes de galgar posições de maior liderança. 

Vale a pena a leitura. Para ir direto ao arquivo em pdf, basta clicar na imagem de capa da s+b.

Até a próxima.

23 de set. de 2008

Inovação segundo a Google !

Este vídeo é muito interessante. Apesar de extenso, vale a pena ver esta palestra que é uma aula de gestão da inovação e de inovação em modelo de negócio. 
Algumas questões, apesar de já serem de conhecimento amplo das pessoas, me chamaram muito a atenção. A primeira é a forma como eles criaram um modelo de negócio em que conteúdo mais atual e de melhor qualidade faz com que as pessoas cliquem nos "google ads" e isso gera uma receita para o site. Ou seja, o ciclo virtuoso de melhorar o conteúdo, anunciar direcionado para quem procurou este conteúdo, só pagar se alguém clicou no seu anuncio e compartilhar os ganhos com o site que gerou o clique, sem dúvida é muito poderoso.
A segunda questão que eu gostaria de ressaltar é a forma pela qual eles criaram um ambiente propenso a inovação (aprox. no minuto 35'). A lógica de diferentes pessoas e perfis pensando em um determinado problema, com uma série de estimulos (p.ex. comida!) a criar e compartilhar, com uma política de estimular o apredizado com fracasso ao invés de puní-lo (sim, a maior parte das inovações falha!), combinando as idéias que, no início, são muito pouco controladas, e alocando mais recursos a medida que as incertezas vão sendo reduzidas e os produtos ganhando materialidade, gera um ambiente que propicia um resultado que nem é necessário comentar. Essas são questões muito interessantes e um grande desafio para que várias empresas realmente comecem a gerir inovação a sério!
Além disso a apresentação é muito bem conduzida e quase não se percebe os 51 minutos passando. Uma última informação. O Douglas Merril, que faz a palestra, saiu da Google em abril de 2008 para se tornar o presidente da EMI. Antes disso ele era o  CIO e vice-presidente de engenharia da Google. 

Mandem seus comentários sobre o que acharam.



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